03 fevereiro, 2011

O que um Rondonista tem pra contar?

Olá companheiros!
Estou de volta a Minas Gerais depois de 15 dias de muito trabalho no Piauí.
Muita coisa trouxemos na bagagem, que não voltou com apenas 5 quilos a mais que o permitido, mas voltou com experiências únicas e inestimáveis.
Por muitos lugares passamos, em cada parada uma história diferente e um sorriso sincero de boas-vindas de cada morador.
As crianças... nos acompanhavam pra cima e para baixo, com um olhar humilde sem entender muito bem o que faziamos ali, mas tinham a certeza que seriam preenchidas por nosso simples abraço. Eram tantas querendo chegar perto de nós, que muitas vezes os gestos eram mecânicos e instintivos, nada de muito caloroso ou sentimental, - isso não significava má vontade, mas sim nosso tempo escasso e a falta de costume com tanta carência exposta - mas para aquelas crianças significava muito mais que um abraço, um beijo ou sorriso, aquilo era motivo de orgulho. Pois elas saiam dali contando às outras que foram abraçadas por um daqueles "amarelinhos", e isso as tornavam mais 'especiais'.
Foi tudo muito maravilhoso, os dias eram preenchidos por atividades das 08:00 às 21:00 horas - tirando as madrugadas destinadas aos relatórios finais. Eram dias tão corridos que hoje me sinto inútil, pois acordo e não tenho horários pra seguir, não existe público algum esperando para me ouvir durante 3 horas seguidas, não existem crianças na porta da minha casa às 7 da manhã e muito menos preocupação com o dia de amanhã. Parece que meus dias são vagos, pois não faço quase nada que beneficie alguém além de mim.
Exercer o papel de cidadã durante 15 dias e logo depois voltar a uma vida monótona não faz sentido. É essa uma outra mudança que os rondonistas devem sentir. Com certeza é!
E esse é o primeiro passo pra uma mudança local. Pretendo aplicar aqui, um pouco do que fui lá!
Não fui Rondonista do ano de 2011. Serei Rondonista enquanto tudo que vivi estiver pulsando aqui dentro. E isso não vai parar de pulsar tão cedo pelo que vejo.

O que um Rondonista tem pra contar? Não dá pra escrever, legendar, falar, desenhar ou qualquer coisa do tipo. É sentimento demais, que não cabe em nada disso. Seja um Rondonista e entenda!

Obrigada!
Estou de volta, com muita saudade desse espaço!
Beijos...
Marcela Barquet

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